O Brasil tem um novo presidente. Michel Temer assinou no final da manhã desta quinta-feira a notificação de posse como interino, pelos próximos seis meses, até o fim do processo de impeachment de Dilma Rousseff no Senado.
Vice-presidente da República em segundo mandato, Michel Temer, nascido em 23 de setembro de 1940, é advogado e escritor. Natural de São Paulo, o político que assume interinamente a Presidência da República é casado com Marcela Temer desde 2003, com quem tem um filho.
Formado em Direito pela Universidade de São Paulo (USP), Temer foi professor de Direito Constitucional na instituição. Ele ainda foi procurador-geral do Estado de São Paulo e secretário de Segurança Pública em dois períodos, de 1984 a 1986 e 1992 a 1993. Temer também foi secretário de governo em São Paulo entre 1993 e 1994.
Michel Temer foi deputado federal pelo estado de São Paulo por seis mandatos consecutivos antes de ser vice-presidente. Em 1997, foi presidente da Câmara dos Deputados, quando foi base do governo Fernando Henrique Cardoso. Repetiu a função na Casa em 2001. Em 2003, já com Luiz Inácio Lula da Silva como presidente, passou a apoiar o mandato do petista.
Em 2010, Temer foi escolhido para ser o vice na chapa encabeçada por Dilma Rousseff, que foi eleita com 55,7 milhões de votos – 56% do total. No primeiro mandato, exerceu um papel discreto.
A partir de 2014, após a reeleição e com a crise política no País, a relação entre Dilma e Temer, que nunca foi próxima, ganhou uma distância ainda maior. O vice-presidente chegou a impedir um abandono do PMDB do governo no começo de 2015 e assumiu a articulação do governo. Depois de sentir-se desautorizado pela presidente em acordos, deixou o cargo.
O vice-presidente foi fundamental para o rompimento do PMDB com Dilma, em 29 de março. A partir da abertura do processo de impeachment ter sido aprovado na Câmara dos Deputados, Temer passou a trabalhar na montagem do seu governo já contando com a aprovação do afastamento no Senado.
O Senado aprovou nesta quinta-feira, por 55 votos a favor e 22 contra, a admissibilidade do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Com isso, o processo será aberto no Senado e Dilma será afastada do cargo por até 180 dias, a partir da notificação. Os senadores votaram no painel eletrônico. Não houve abstenções. Estavam presentes 78 parlamentares, mas 77 votaram, já que o presidente da Casa, Renan Calheiros, optou por não votar.
Confira abaixo a relação dos novos ministros.
Fazenda
Henrique Meirelles
Planejamento
Romero Jucá (PMDB)
Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Marcos Pereira
Relações Exteriores (inclui comércio exterior)
José Serra (PSDB)
Programa de Parcerias e Investimentos
Moreira Franco (PMDB) (secretario-executivo)
Casa Civil
Eliseu Padilha (PMDB)
Secretaria de Governo
Geddel Vieira Lima (PMDB)
Secretaria de Imprensa
Marcio Freitas (não é ministério)
Secretaria de Segurança Institucional (inclui Abin)
Sérgio Etchegoyen
Educação
Mendonça Filho (DEM)
Saúde
Ricardo Barros (PP)
Justiça e Cidadania
Alexandre de Moraes
Agricultura
Blairo Maggi (PP)
Trabalho
Ronaldo Nogueira (PTB)
Desenvolvimento Social e Agrário
Osmar Terra (PMDB)
Meio ambiente
Sarney Filho (PV)
Cidades
Bruno Araújo (PSDB)
Ciência e Tecnologia e Comunicações
Gilberto Kasssab (PSD)
Transportes
Maurício Quintella (PR)
Advocacia-Geral da União (AGU)
Fabio Medina
Fiscalização, Transparência e Controle (ex-CGU)
Fabiano Augusto Martins Silveira
Defesa
Raul Jungmann (PPS)
Turismo
Henrique Alves (PMDB)
Esporte
Leonardo Picciani (PMDB)
Minas e Energia
entre PMDB e PSB
Integração Nacional
entre PMDB e PSB