Entidades que representam várias categorias de servidores públicos do Estado se reúnem, nesta segunda-feira, para discutir as medidas de ajuste fiscal encaminhadas pelo governo na última sexta-feira. Embora ainda não tenham examinado os detalhes do pacote, os representantes do funcionalismo lamentam que nenhum dos itens possa evitar o parcelamento dos salários nos próximos meses. Ainda, os trabalhadores manifestam apreensão sobre possíveis alterações no plano de previdência.
O presidente da Fessergs (Federação Sindical dos Servidores Públicos do RS), Sérgio Arnoud (foto), alerta que as propostas do Executivo reforçam a mobilização dos sindicatos por uma greve geral, que deve ser votada em assembleia unificada marcada para o próximo dia 18. “Estamos realizando reunião para avaliar o que já foi feito e o que será feito nos próximos dias. Seguimos na caminhada pelo interior construindo a grande assembleia geral unificada do dia 18. E a greve geral deverá sair como decisão dessa assembleia em votação”, afirma.
O Piratini divulgou, na sexta-feira, que a implementação de um plano de previdência complementar se aplicaria apenas a futuros concursados. A Associação de Cabos e Soldados da Brigada Militar manifestou preocupação sobre suposta intenção do governo de abrir caminho para estender o tempo de serviço na corporação. O Cpers (Sindicato dos Professores) teme alterações no plano de carreira que possam prorrogar ainda mais o cumprimento do piso nacional do magistério.
Grande parte das escolas estaduais segue com turno reduzido, desde a retomada das aulas na última terça-feira. Funcionários da Polícia Civil mantêm apenas atendimentos e investigações de ocorrências mais graves e orientam a população a priorizar os registros pelo sistema online. A Associação dos Oficiais da Brigada Militar também declarou que apenas o policiamento ordinário será mantido até que o governo cumpra o pagamento integral dos salários.
A Secretaria da Fazenda admite a possibilidade de adiantar o depósito da segunda parcela dos salários, de R$ 1 mil, que estava prevista para a próxima quinta-feira. Com o pagamento, sobe de 52% para 71% o número de servidores que terão recebido o vencimento total do mês de julho. A oposição protocolou um projeto de lei para autorizar a ampliação dos saques de depósitos judiciais, de 85% para 95% — o que, segundo a bancada do PT, viabilizaria recursos para salários dos próximos três meses. Já o secretário da Fazenda, Giovani Feltes, sustenta que essa alternativa incorreria em pagamento elevado de juros para o governo.
Fonte:Bibiana Borba/Rádio Guaíba