É cada vez mais comum observar os apreciadores de vinho com suas taças em punho girando-as para lá e para cá. Mas mais do que uma aparente firula, esse ritual, hoje transformado em hábito, está coerentemente relacionado aos banquetes da antiguidade. Um cacoete que nasceu a partir da necessidade de assegurar a qualidade das bebidas. Os reis e a nobreza intitulavam pessoas de sua confiança para cozinhar e também para provar toda bebida e comida que lhes fossem servidas. Uma medida para evitar possíveis indigestões e, em casos mais extremos, envenenamento. E orientando-se pelas mesmas motivações surgiram os sommeliers. Eram eles os responsáveis por provar, antes mesmo do cozinheiro, os produtos que entravam na fortaleza, zelando também pela qualidade, armazenamento e perecibilidade dos alimentos durante as longas viagens empreendidas pelo séquito real.
Transpondo para a contemporaneidade, sabemos que a degustação é dividida em 3 etapas: visual, olfativa, em que o giro da taça está inserido, e gustativa. Há milhares de partículas responsáveis pelo aroma de um vinho e é quando se gira a taça que elas se desprendem com maior facilidade. À medida que o vinho interage com o oxigênio, ele evolui e, consequentemente, seu paladar fica mais macio e agradável. Agora que você já sabe, historicamente e tecnicamente falando, por que girar a taça tornou-se um gesto tão comum e importante no mundo do vinho é só colocar em prática, degustando os exemplares aromáticos que indicamos para você.
Veja.com.br