O déficit de quatro mil policiais civis no estado vai servir de argumento para o sindicato da categoria exigir a nomeação de 650 aprovados excedentes, do último concurso realizado pelo governo. O presidente da Ugeirm Sindicato, Isaac Ortiz, confirma que tenta uma agenda com o secretário da Segurança e com o Chefe de Polícia. “Existe um desiquilíbrio que deve ser observado e aumenta este déficit. Tivemos aposentadorias represadas por dez anos, só para se ter uma ideia, até o final de 2015, mais de mil policiais podem se aposentar e nos últimos quatro anos pouco mais de novos agentes ingressaram”, ressaltou.
Os policiais compreendem as dificuldades financeiras do estado, mas dizem que a segurança não pode ser atingida por economia. “O estado não pode fazer contingência com a segurança e a violência já esta instalada. São necessários recursos, investimentos, a contratação deste pessoal”, enfatizou.
A audiência ainda não foi marcada e a intenção é fazer pressão junto ao governo atendendo ao apelo dos concursados. O grupo chegou a acampar, em frente ao Palácio Piratini, no final da gestão Tarso Genro. A iniciativa deu certo e o ex-governador, em dezembro, chamou os excedentes.
Além das dificuldades financeiras, alegadas pela gestão Sartori, estes 650 aprovados ainda enfrentam problemas com teor político. Os excedentes acertaram com Tarso Genro a adesão à campanha de reeleição em troca de serem chamados pelo estado. Esta foi uma das justificativas usadas, durante acampamento na Praça da Matriz, para convencer o ex-governador a convoca-los.
O secretário da Fazenda, Giovani Feltes, vem destacando que medidas duras serão adotadas, além do decreto que limita diárias, viagens, atrasa em seis meses o pagamento das despesas do exercício anterior e ainda suspende concursos públicos pelo mesmo período. A informação é de que a convocação de Policiais Civis garantida por Tarso Genro ainda não foi debatida.
De acordo com a cúpula da Polícia Civil, os custos para a formação de novos policiais é de cerca de seis milhões de reais.