
Com o objetivo de combater crimes contra a administração pública e fraudes em licitações, mais de cem agentes cumprem 20 mandados de busca em operação deflagrada pela Polícia Civil na manhã desta quarta-feira em Alvorada, Bagé, Candiota, Pelotas e Porto Alegre. Integrantes da Delegacia Fazendária e do Departamento Estadual de Investigação Criminal (Deic) cumprem os mandados na Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE), subsidiária da Eletrobrás, em casas e empresas prestadoras de serviço nos municípios na ofensiva intitulada Antracito.
O delegado Joerberth Nunes informou que os crimes ocorriam desde 2012. A suspeita é de que as fraudes que envolviam desde superfaturamento de valores em contratos suspeitos, licitações dirigidas e fracionamento indevido de licitações. Para burlar o limite de R$ 16 mil para comprar sem licitação, os administradores fracionavam a compra em vários meses. Com isso, eles escolhiam a empresa e há indícios de superfaturamento.
Outro modelo é a questão da emergencialidade. Nunes explicou que, por exemplo, tinha que ser feita o conserto de uma caldeira. Os funcionários contratavam uma empresa de maneira emergencial com um preço alto. Poderia ser feito a contratação de uma empresa por um período que manteria o serviço em dia. O fato permitiria o preço baixar. Segundo o delegado, com o material apreendido será possível analisar se há mais pessoas envolvidas. Pelo menos 10 servidores públicos e 10 empresas são investigadas. Nenhum mandado de prisão foi cumprido.
O diretor Financeiro da CGTEE, Clovis Ilgenfritz da Silva, afirmou que a operação não tem fundamento e que a suspeita de desvios é absurda. “Isso é pura cena de setores que querem aparecer e querem prejudicar a imagem da Eletrobrás. Não podemos aceitar que um monte de gente venha vasculhar coisas sem suspeita de nada. Não tem suspeita de irregularidade”, declarou. O chefe da Controladoria Geral da União no Rio Grande do Sul, Cláudio Corrêa, destacou que a direção da CGTEE tem conhecimento das irregularidades. Segundo ele, há reuniões periódicas entre os auditores e os diretores.
Em 2007, a Companhia foi alvo de investigação devido a uma outra fraude. No inquérito, da Polícia Federal, sete pessoas foram indiciadas. Seis pessoas foram condenadas.
Fonte:Correio do Povo e Rádio Guaíba