
Se estivesse viva, nesta sexta-feira, dia 18 de abril, Isabella Nardoni faria aniversário de 12 anos. Você certamente deve lembrar dessa menininha aí na foto.Em 2008, aos cinco anos, ela foi jogada do sexto andar do apartamento onde o pai Alexandre Nardoni morava com a madrasta Anna Carolina Jatobá e dois filhos, em São Paulo. O pai, que deveria protegê-la, foi quem a colocou em perigo, foi ele quem a arremessou para o precipício da morte, sem dó nem piedade.O assassinato de Isabella completou seis anos no último dia 29. O pai foi condenado pelo crime a 31 anos de prisão, enquanto a madrasta recebeu pena de 26 anos. Os dois cumprem a pena.Outro caso semelhante, que deixa todos nós com o coração dilacerado. Em Três Passos, pai e madrasta também são acusados da morte de Bernardo Boldrini, de 11 anos. O corpo do menino foi encontrado na última segunda-feira, dia 14, enterrado numa cova num matagal às margens de um rio no interior de Frederico Westphalen. As informações que chegam revelam uma cena triste e desesperadora: o corpo estava num saco, sem roupas e com soda cáustica, para acelerar o processo de decomposição.Bernardo e Isabella nunca se conheceram, mas suas histórias se cruzam num desfecho trágico e doloroso. São duas crianças tão diferentes e, ao mesmo tempo, tão iguais.Tragédias como a de Bernardo e Isabella não são só das vítimas, mas nós também sofremos para entender o mal incompreensível.No caso de Isabella, como entender que um pai e uma madrasta possam ter ferido, estrangulado e arremessado uma criança de apenas cinco anos pela janela?Segundo a polícia, no caso de Bernardo, pai e madrasta receberam com frieza a notícia da morte do menino e só se preocuparam com a repercussão do caso na mídia.E eu me pergunto: como entender a cara sólida e cínica que eles ostentam, para fingir inocência? Como não demonstram sentimento de culpa algum?Nenhuma desculpa esfarrapada, que os defensores de bandidos costumam usar, é capaz de justificar atrocidades como o assassinato de Isabella Nardoni, Bernardo Boldrini, João Helio, e tantas outras crianças entregues à própria sorte, reféns dos piores monstros da sociedade.Nada explica a desumanidade desses crimes. Eu acho é que as pessoas, como Alexandre Nardoni e tantos outros facínoras, perderam a medida da maldade. Já não basta só humilhar, tratar com ódio, abandono afetivo; tem que torturar, tem que barbarizar… Matar agora é fichinha.E até quando a gente vai se conformar? Até quando a gente vai fingir que não é com a gente?Ontem, foi a Isabella e o Bernardo, amanhã será Felipe, Eduardo, Carolina, Ana…E se fosse alguém da sua família, da sua casa? Não podemos ficar quietos. Faça destes casos tão tristes e desumanos um alto falante, pra que todo mundo possa ouvir a sua indignação, e o seu apelo por uma sociedade melhor. Não se acostume com a maldade! O mal só triunfa quando os bons se calam.O pai da madrasta de Bernardo, numa entrevista, disse que acredita na inocência da filha. E já tem gente também querendo “santificar” a imagem de Leandro Boldrini nesse crime bárbaro. Esse pai ausente, que sequer foi na Primeira Comunhão do filho.É sempre assim. Algozes juram de pés juntos que são inocentes, e sempre surge alguém pronto para defender esses monstros. E eu me pergunto: o que essa gente quer, afinal? Preservar o nome e a honra da família? São parentes ou são cúmplices? No aniversário de Isabella Nardoni, não fica só a saudade. Fica a dor e a esperança de que histórias como a dela e a de Bernardo não se repitam mais. Nunca mais! FanpageDieison Groff
