
Integrantes do Fórum Gaúcho de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos foram recebidos pela presidência da Assembleia Legislativa no dia 20 de fevereiro, ocasião em que buscou-se firmar parcerias, principalmente na realização de audiências e debates acerca dos perigos para a população e trabalhadores rurais do uso ilegal e indiscriminado de pesticidas nas lavouras gaúchas.
“Esta é uma pauta que deverá estar muito presente na Assembleia em 2017, pois ela dialoga diretamente com a proteção ao meio ambiente e ao direito à alimentação saudável da nossa população, um direito previsto na Constituição Federal e que deve ser resgatado dia a dia por todos aqueles e aquelas que se preocupam com a saúde e a segurança alimentar dos homens, mulheres e crianças não só gaúchas, mas também brasileiras”, destacou o presidente do Legislativo, deputado Edegar Pretto (PT), também coordenador da Frente Parlamentar Gaúcha em Defesa da Alimentação Saudável.
Edegar destacou ainda que a parceria entre a Assembleia e o Fórum buscará fortalecer a luta “através do apontamento de novos caminhos e perspectivas para o agricultor, para que ele tenha renda, vida digna, informações e segurança para produzir alimentos que contribuam à saúde e não levem doenças às pessoas. Também queremos alertar os consumidores e o público da cidade, pois eles têm o direito de saber o que estão comprando no supermercado e levando para as suas mesas”.
Brasil é campeão mundial no consumo de agrotóxicos
“O Brasil é o país campeão mundial no consumo de agrotóxico, com uma média anual de 5 litros por habitante. Já o RS, por sua matriz econômica estar ligada à agricultura e pecuária, este índice sobre para 8 litros habitante/ano. E este tema precisa estar na ordem do dia dos debates e discussões desta Casa”, frisou o promotor de justiça Daniel Martini, coordenador de Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente – Caoama.
Estudos têm demonstrado que a exposição crônica aos agrotóxicos está associada a efeitos como desregulação endócrina (alteração de fertilidade, puberdade precoce, alterações hormonais), neurotoxicidade (depressão, neuropatias periféricas, Parkinson), teratogenicidade, hepatotoxicidade, nefrotoxicidade, alergias, câncer etc. “O melhor que temos a fazer, além das ações fiscalizatórias e criação de leis que inibam o uso dos pesticidas, é levar as informações ao conhecimento de toda a sociedade para que ela saiba a real dimensão desta questão”, afirmou.
A partir de proposta formulada por Leonardo Melgarejo, presidente da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), entidade que ocupa uma das cadeiras no Fórum representando a sociedade civil, será apresentado à ALRS uma proposta de trabalho conjunto “que melhor possa compatibilizar as aspirações da sociedade com os trabalhos desenvolvidos pelo do Fórum e pelo Legislativo estadual”. Melgarejo finalizou o encontro dizendo que aquele momento, além da busca de soma esforços, era também “para hipotecar nossa solidariedade e apoio ao presidente da Assembleia, que tem a pauta da alimentação saudável como uma das bandeiras da sua atuação parlamentar”.
Presenças
Participaram da audiência representantes dos Ministérios Público estadual, federal e do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável do Estado do Rio Grande do Sul (Consea-RS).